quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Falha em cobrança leva TIM a prejuízo de R$ 121,8 milhões

por admin última modificação 08/11/2007 15:24

A TIM deixou de cobrar R$ 173,3 milhões em mensalidades referentes a vendas de aparelhos de celular feitas desde 2004 - e o reconhecimento do problema levou à operadora a fechar o terceiro trimestre deste ano com prejuízo líquido de R$ 121,8 milhões. A perda foi 30% maior do que a registrada no mesmo período do exercício fiscal passado.
A operadora não deverá recuperar esse valor, afirmou ontem o presidente da TIM, Mario Cesar Pereira de Araujo, numa teleconferência com jornalistas. Tentará apenas reaver uma quantia adicional - não revelada - dos contratos mais recentes.
Segundo executivos da companhia, a falha passou despercebida porque até então o processo de cobrança era feito em sistemas diferentes e parte era manual. Os dados eram lançados, de forma errônea, como perdas com inadimplência. O problema só foi detectado recentemente, quando a empresa implantou um novo software.
"Não houve dolo, o que houve foi que os sistemas não faziam a conciliação dessas contas num momento de crescimento muito forte da empresa", disse Araujo.
As ações preferenciais da TIM caíram 4,39% ontem na Bovespa por causa da provisão inesperada. Fecharam o dia valendo R$ 7,19. Os papéis com direito a voto tiveram baixa de 3,47%, para R$ 10,28.
Excluindo o impacto não-recorrente, o resultado da empresa ficou dentro das projeções que haviam sido feitas por analistas.
A falha na cobrança recaiu sobre 3% das vendas de aparelhos realizadas pela TIM ao longo desses quase quatro anos. De acordo com a operadora, não haverá novas baixas contábeis em trimestres futuros. Dos R$ 173,3 milhões reconhecidos no balanço, R$ 118,6 milhões foram registrados como provisão para inadimplência. O restante foi deduzido da receita com a venda de aparelhos, que totalizou R$ 285,4 milhões líquidos.
Não fossem essas medidas, a TIM teria apresentado lucro líquido de R$ 51,5 milhões entre julho e setembro. A operadora teve receita líquida de quase R$ 3,2 bilhões, o que equivale a um aumento de 16,3%.
O ritmo de crescimento da receita foi inferior ao da base de assinantes. A TIM encerrou setembro com 29,2 milhões de clientes, com alta de 21,1% em 12 meses - o que significa um desempenho melhor que o do mercado.
A receita média mensal gerada por assinante ficou praticamente estável, em R$ 34, enquanto as despesas associadas à atração de novos clientes recuaram 11,6%, para R$ 129.
Influenciado pela provisão relativa à cobrança falha, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizações (lajida) caiu de R$ 575,2 milhões no terceiro trimestre do ano passado para R$ 547,3 milhões no mesmo período do exercício atual. O valor equivale a 17,3% da receita líquida da operadora.
Apesar disso, os problemas identificados no sistema não deverão afetar as metas para 2007, afirmou Araujo. Segundo ele, a companhia vem se esforçando no sentido de aumentar a eficiência das operações para atingir as diretrizes apresentadas a seus acionistas.
A TIM espera fechar o ano com receita líquida de R$ 11,1 bilhões, o que representa alta de 10% sobre 2006. Para o lajida, a previsão é de alcançar R$ 2,55 bilhões ao final do ano, com margem de 23%. Segundo cálculos de analistas, para atingir essa meta a operadora terá de formar uma margem lajida de 26% a 27% no quarto trimestre, valor que a empresa acredita poder atingir.
De acordo com Araujo, a sazonalidade do mercado - mais aquecido nos três últimos meses do ano por conta do Natal - deverá possibilitar o cumprimento dos objetivos.
Fonte:
Valor Econômico

sexta-feira, 16 de março de 2007

Investigação pode afastar presidente da TIM

Por Alberto Alerigi Jr., da Reuters
Sexta-feira, 16 de março de 2007 - 10h41 SÃO PAULO

O presidente da TIM Brasil, Mario Cesar Araújo, pode ser afastado do cargo, após julgamento da CVM.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM)condenou preliminarmente antigos administradores e sócios da Tele Centro Oeste Celular (TCO).

Mario Cesar foi punido com um ano de suspensão do exercício do cargo de administrador de empresa de capital aberto no país, mas como cabe recurso da decisão, a pena não será aplicada por enquanto, segundo a relatora do caso, a diretora da CVM Maria Helena Santana.

Segundo a relatora, o recurso precisa ser interposto em até 30 dias após a publicação da decisão da autarquia no Diário Oficial da União, que não tem data prevista. A assessoria de imprensa da TIM informou que o executivo continua no cargo e não comentou se haverá recurso.

A decisão da CVM foi tomada em processo no qual a autarquia responsabiliza Mario Cesar e outros ex-membros do Conselho de Administração da empresa, por terem permitido a concessão de empréstimos de alto risco. As beneficiadas foram a Splice, da família Beldi, antiga controladora indireta da TCO, e outra companhia dos sócios da Splice, a Fixcel. Hoje os ativos da TCO fazem parte da Vivo

Os empréstimos --que não contavam com garantias suficientes, segundo a CVM-- vinham sendo feitos desde 1999 e expuseram a TCO "a elevado risco, no interesse do controlador", conforme reclamação de investidores à época.
Os empréstimos, que foram pagos, chegaram a 712,13 milhões de reais ao final de 2002, e os títulos contavam apenas com a garantia flutuante da Fixcel e a fiança da Splice, de acordo com a CVM.

"O controlador tinha o dever de demonstrar que contratou (os empréstimos) em condições que não o privilegiavam, o que não aconteceu em nossa avaliação", disse à Reuters nesta sexta-feira a relatora do caso. As multas aplicadas somam 13,2 milhões de reais.

Segundo ata de reunião do colegiado da CVM de 19 de dezembro de 2006, os acusados chegaram a propor à CVM acordo no qual se comprometiam pagar 400 mil reais à autarquia, mas a relatora do caso havia considerado o montante insuficiente.